VÍDEO: força-tarefa percorre os rios onde peixes mortos foram encontrados na região

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Na última terça, uma força-tarefa percorreu o Rio Soturno para verificar a presença de peixes mortos. Os primeiros foram encontrados próximos a Barragem do Cafundó, na divisa entre Júlio de Castilhos e Nova Palma. O problema ficou recorrente e se intensifica em direção à foz.

- Vamos seguir todos os dias cuidando essa questão, do Balneário até a Barragem do Cafundó, para fazer uma análise da quantia de peixes mortos no rio. Mas é difícil controlar isso. Os peixes mortos descem com a correnteza - explica Cargnin.

Em Júlio de Castilhos, onde fica a nascente do rio, não há registros do problema. Também não foram encontrados peixes mortos nos rios Guassupi, Toropi e Massupi no município. Há três dias, a prefeitura percorre os cursos da água para monitorar a situação. A ação de monitoramento é feita em conjunto com Nova Palma e Faxinal do Soturno.

FAXINAL
No Rio Soturno, a observação em seis pontos não constatou a presença de peixes mortos. A mortandade começa a partir da Barragem do Cafundó. Conforme a secretária de Agricultura, Desenvolvimento e Turismo, Ana Paula Alf Lima Ferreira, foi constatada a presença de um musgo verde na água, comum apenas no verão, mas não se sabe se há relação entre os fenômenos. Outros fatores que podem estar relacionados é o baixo nível dos rios, causados pela escassez de chuva, as geadas do inverno e as chuvas congeladas.

Enquanto a causa da morte dos cardumes é desconhecida, é preciso ter cuidado:

- Orientamos a não consumir água do rio e nem banhar-se, nem consumir peixe do rio sem carimbo da fiscalização - explica a secretária Ana Paula.

PINHAL GRANDE
O secretário de Agricultura de Pinhal Grande, Geovani Uliana Barbieri, constatou na última quarta-feira várias espécies de peixes mortos, nas águas do município. Diante do ocorrido, a secretaria solicita às pessoas que evitem o contato com as águas dos rios, procurem não pescar e, principalmente, não consumam os peixes, até que se tenha uma explicação para o que está ocasionando essa mortandade. Conforme o secretário, as devidas providências já estão sendo tomadas, com as autoridades competentes, afim de elucidar os fatos.

Batalhão Ambiental já enviou coletas para análise em laboratório
O 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BM), que acompanha a situação desde a semana passada, aguarda o resultado das análises das amostras coletadas para saber o que poderia estar ocasionando a mortandade de peixes. De acordo com o major Clademir Machado Flores, as equipes estão percorrendo rios da região na procura de mais pontos que possam ter animais mortos.

ANÁLISES
Os resultados devem ficar prontos em cerca de 30 dias. Por enquanto, a ocorrência de um fenômeno natural é descartada pelo órgão.

- A impressão que dá é que os peixes estão perdendo as escamas muito rápido, e pelo tempo que estão mortos, não deveria ser assim. Pode ser algum minério que tenha sido colocado no rio, ou então algum agrotóxico novo, proibido, que pode afetar a condição da água - diz o major.

Ao todo, foram coletadas três amostras no Rio Toropi, em São Martinho da Serra, e outras três no Rio Soturno, em Nova Palma, além de amostras dos peixes mortos.

Outro ponto observado pelas prefeituras é a presença de uma mancha branca na cauda dos peixes mortos, característica que seria semelhante ao visto em um caso de mortandade ocorrido no município na Lagoa de Garibaldi, em Encantado, no ano de 2016. À época, a informação oficial da prefeitura de Encantado foi de que a causa da morte dos animais foi a presença do fungo saprolegnia.

FEPAM E EMATER
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) acompanha com preocupação os relatos de mortandade de peixes em rios da região. O órgão vai determinar o acompanhamento do caso por parte da emergência ambiental para identificar a causa da morte dos peixes. A Emater de Santa Maria disse que não participa da força-tarefa porque não envolve diretamente produtores rurais.